Memória afetiva de João Vicent
*30.01.1984-PA
*30.01.1984-PA
Por > Neca Machado > 2014 (SUA MÃE)
Encontrei essa preciosidade perdida entre livros e papeis, EU sabia que tinha guardado muitas fotos de meus filhos pequenos, mas com o tempo, mudanças de estado e muitas adversidades perdi parte de minha historia.
Há 28 anos atrás em Belém-PA acordei cedo para prepará-lo para seu primeiro desfile cívico. Vicent tinha 02 anos de idade.
Vestido como Marinheiro ao lado da irmã de 08 anos ele se entusiasmou, sorriu faceiro, iluminado pelo NOVO, tudo era novo, o som das bandas marciais do Dia da Raça, pessoas passando ao seu redor num frenesi, era novidade e ele assombrado e ao mesmo tempo deslumbrado segurava firme em minha perna como se não quisesse sair daquele lugar mágico e ao mesmo tempo assustador.
Vestido como Marinheiro ao lado da irmã de 08 anos ele se entusiasmou, sorriu faceiro, iluminado pelo NOVO, tudo era novo, o som das bandas marciais do Dia da Raça, pessoas passando ao seu redor num frenesi, era novidade e ele assombrado e ao mesmo tempo deslumbrado segurava firme em minha perna como se não quisesse sair daquele lugar mágico e ao mesmo tempo assustador.
30 anos depois Vicent não está mais aqui ao meu lado e as lembranças teimam em voltar como um filme inacabado.
São Memórias afetivas que não aprendemos a nos desassociar delas.
A maternidade não nos ensinou a ficarmos SÓS. Não nos educou para ficarmos sozinhas com nossas lembranças, e o meu coração envelheceu, sofre de maneira singular, olho a rua e não vejo pegadas de alguém que tanto amo.
A maternidade não nos ensinou a ficarmos SÓS. Não nos educou para ficarmos sozinhas com nossas lembranças, e o meu coração envelheceu, sofre de maneira singular, olho a rua e não vejo pegadas de alguém que tanto amo.
Busco no vento as velhas lembranças de nevoas esvaídas pelo tempo como um curso que voltará, mas, ele não voltará jamais, o sorriso infantil de Vicent ficará nas minhas MEMORIAS AFETIVAS eternamente, e o tempo será o Senhor das minhas dores, trocaremos de lugar, EU querendo segurar sua mão como um dia ele segurou firme em minha perna, pedindo proteção, e EU pedindo apenas o retorno as velhas lembranças de momentos singulares.
Assim é a vida.
Um álbum de muitas paginas arrancadas abruptamente pelo mundo, cruel e devastador professor de ensinamentos que a maternidade não queria.
Assim é a vida!
Cheia de nostalgia, amor e dor.
Cheia de nostalgia, amor e dor.
